quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Conquistas

O amor é comparado a uma grande muralha de um castelo, muito dificilmente se consegue passar para o outro lado, no entanto é mais fácil se não forçarmos a entrada, se soubermos dizer as palavras chave ou procurar as fragilidades das pedras. Quando muito, estamos lá dentro e nem demos por ela.

Uma vez dentro do castelo, com a muralha à nossa volta, é garantido que não corremos perigo, contudo temos de ir vigiando as pedras e os lugares mais frágeis.

Tanto de dentro como de fora, não conseguimos destruir a muralha, mas se nos descuidamos, e não formos vigiando as paredes, ela pode começar a cair por falta de cuidado.

Na vida, é muito dificil conseguirmos matar o amor depois de conquistado, mas deixa-lo morrer é muito fácil.

2 comentários:

  1. "Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermercado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. Consertar? Não compensa: o arranjo sai caro além de que nunca se sabe muito bem procurar a peça que falta. ´
    Substituimos a eternidade pela repetição, o mundo começou a tornar-se monótono como uma lição de solfejo. Tememos a maior das vertigens, que é a duração. Mas no fim de cada sucesso há um cemitério como o de Julieta e Romeu, apenas com a diferença da sua aura, que afinal é tudo."


    in "Nas tuas Mãos", Inês Pedrosa

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  2. De acordo com o que Inês Pedrosa escreve, acho que tens razão e nem tanto.

    Penso que a escritora no primeiro parágrafo citado se referia ao relativismo do nosso tempo, em que tudo está em constante quebra e valorização. No segundo parágrafo nem tanto, talvez uma sensação de deja vú que a própria tenha já vivido, mas nem de longe nem de perto (repito, na minha opinião e nada mais do que isso) nós queremos a repetição, pelo contrário, há uma ávida necessidade de procurar o diferente, o desconhecido, o escondido...
    Agora reduzir ao cemitério a imagem do Romeu e Julieta, é esquecer o Amor, a coragem, o desafiar a vida, é ambicionar querer ir mais longe, é amar de tal forma que a própria vida deixa de ter importância.

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